28 de mar. de 2011

Aventuras na Van, na Kombi e no Bus.

Segunda-feira é o dia oficial da preguiça, e das tragédias - acabei de crer -, porque hoje, sinteticamente, foi um dia trágico.

A ida para Cachoeira City foi tranquila - somente eu e mais três meninas(Nine, Thainá-japa e Juliane) fomos hoje. A van não morreu nenhuma vez, e, apesar das ultrapassagens perigosas e da marcha que não queria mudar, chegamos sãs e salvas.
Depois da aula, que acabou cedo, sonhando que saindo às 12h, estaríamos em Feira às 13:30, fomos procurar o motorista. Mas o motorista não estava na van. Ele estava numa Kombi(vale ressaltar que tinha escrito 'transporte rural' na lateral). E lá vamos nós, famintas e felizes.

Menos de 10km de curva + aclive, o disco de freio não aguentou - na verdade, já não estava aguentando. Logo na primeira mudança de marcha, eu e minha maldita boca de praga: "Eta, essa Kombi vai quebrar, já tô até vendo.. " E, como quem fala demais dá bom dia a cavalo, foi dito e feito. Menos de 2min depois, olha a Kombi desfalecendo aos poucos, abandonando-nos ao relento(detalhe: pudemos ver todas as oferendas que haviam nas curvas da estrada. E eram muitas) e deixando-nos a beira da estrada, orando por uma Van saudável ou uma carona segura. Nada disso rolou.
Um indivíduo enviado por Deus, ou por Oxalá - quem sabe? -, passou num ônibus vazia(o retrato do motorista: sem camisa, jeans surrado, ouvindo Saiddy Bamba) e parou. Todos choram de alegria.

Foi montada uma espécie de reboque e lá vamos nós - o Bus era o lugar mais ventilado do mundo, haviam várias janelas e até as cortinas balançavam. (criança feliz curtindo o vento detected). Depois de uns 20 a 30min, a série de ladeiras acabou, o reboque foi desfeito. Mas, inexplicavelmente, eu e as outras três meninas ficamos no Bus. A Kombi seguiu logo atrás de nós, quando DE REPENTE o motorista se embrenha numa estrada de chão.
Eu me senti numa simulação de sequestro+estupro+homicídio desqualificado do Linha Direta, Juliane se sentiu no filme Turista, e Thainá e Nine apenas riam das nossas caras de vou-chorar-vou-morrer-quero-minha-mãe-FUDEU-GENTE!!!!..
E o motherfucker do motorista,notando nosso desespero, RIU. Ele riu,gente. Riu com deboche, desprezo ou com pena, sei lá.
De repente(mais uma vez), notamos que havia uma oficina se aproximando - isso apenas 1min depois de começar a estradinha de chão - e ficamos aliviadas por termos visto pessoas. Pessoas \o/\o/
A Kombi foi deixada na oficina, e nós - ocupantes iniciais da furada - voltamos para a pista.. pra esperar. Por um transporte até Feira.
Inventamos de ficar em baixo de uma frondosa árvore que nos acalantou com sua sombra, e que tinha também um senhor boi gigante amarrado. Eu juro que fiquei com medo. Aquela coisa toda de Lei de Murphy,sabem? O carro quebrou, estrada de chão .. Só faltava uma carreira de um boi pro dia ficar completo!
Mas, graças a Deus, nada de carreira de boi. Uns dez minutos depois, uma Van, nova, chiquérrima(em comparação a que usamos todos os dias) e abençoada, passou por nós e, finalmente, estávamos num transporte seguro e que funcionava direito. Ah, e com um motorista decente.
A caminho de casa... Eu nunca me senti tão.. aliviada. De verdade.

Quando chegamos em Feira, meu pai-herói foi me buscar no ponto(pra quem mora aqui: desci em frente a DEAM) porque estava caindo uma daquelas chuvas torrenciais fura-cabeça-com-um-pingo. E o meu final feliz resumiu-se a um almoço caprichado e um bom sono depois.


É. Segunda-feira é dia de tragédia.




ps: eu só sei que foi o disco de freio porque o motorista estava comentando com o cara do Bus.

25 de mar. de 2011

Violência.. mas pra quê?

Esses tais seres humanos que abrem a boca para a auto-denominação de 'civilizados'. Mas civilizar quer dizer sair do estado primitivo, polir, progredir, e de que tipo de progresso falamos? Organizações sociais cheias de regras e costumes inexplicáveis? Ou tecnologia em massa, desenvolvimento intelectual e afins?
Somos civilizados porque vivemos em ordem(?).. Mas que ordem é essa? Que ser humano é esse?

Brigas entre torcidas organizadas são frequentes - quantos pais de família que apenas queriam assistir a um clássico podem ter morrido inocentemente apenas por estar usando a camissa errada na hora e lugares errados? - , bullys nas escolas - quantas crianças depressivas, agressivas e reprimidas mais serão criadas por outras que usam da agressão verbal, moral e física para se sentirem 'melhores' ? - , brigas de trânsito - quantos motoristas nervosinhos irão discutir ou atropelar ciclistas, motociclistas, pedestres,etc ? - , atentados terroristas - quantos homens bomba ainda precisamos pra entenderem que Alá não curtiu isso? - , pedofilia - quantas crianças ainda terão que ser vítimas para isso ter um fim? - estupros - quantas mulheres terão sua dignidade violada pela própria fraqueza ainda? -, quanta violência e agressão gratuita(sem nenhuma motivação) ainda teremos que tolerar, assistir e 'entender' ?

Porque, na boa, eu não entendo. Comunicamo-nos o tempo inteiro, então, de repente, um soco fala mais alto, uma bala foge do controle, enfim, a palavra perde seu papel e a coisa fica feia - basta ver,por exemplo, vídeos amadores de brigas no Carnaval(que eu me recuso a criticar, deixo pra Raquel Sherazade) que resultam em feridos e em fim de festa para alguns.
Eu não entendo porque é tão difícil dizer DESCULPE-ME. E porque, às vezes, torna-se também tão difícil OUVIR.

Será que é esse tipo de civilização que o dicionário define?


Por favor, um mundo de paz. Logo..

22 de mar. de 2011

Perdão e esquecimento

Eu não aprendi a perdoar de verdade. Nem creio que isso será breve, e sei que é um defeito gravíssimo. Sei também que é recorrente a muitos.
De todo modo, com influência das aulas de filosofia, o que realmente é o perdão?
Conceituando, de forma generalizada, entende-se que no ato de perdoar cabe o cessar de um ressentimento decorrente de alguma falha, decepção, etc. Mas como controlar os sentimentos? Como deixar de lado, esquecer, ignorar, enfim.. como perdoar?

Na minha humilde concepção linguística, perdão convém com aceitação e compreensão, generosidade e sinceridade. Principalmente, aceitação. Porque? Precisamos aceitar que as pessoas não são perfeitas e estão sucetíveis a erros. Ok,mas e quando esses erros são propositais(ex.: um indivíduo que comete um assassinato lucidamente de um ente-querido seu)? E quando aquele que comete a 'falha' não se arrepende, não procura o perdão? É difícil ter coração nobre. Compreender que não precisam pedir perdão para perdoarmos leva tempo e precisa de uma certa dose minúscula de egoísmo, porque o perdão reflete,primordialmente, em nós mesmos, na nossa conduta, no nosso jeito de viver.
Quem consegue perdoar também é generoso consigo, porque deixa de nutrir maus sentimentos, e com o outro, porque livra-o da culpa pelo erro. E, por fim, sinceridade. Porque esquecimento é completamente diferente de perdão, porque é impossível fingir - pelo menos o tempo inteiro - que perdôou, quando, na realidade, manteve a mágoa em si.

Mas antes de tudo isso. Quem somos para julgar culpados, errados, infortúnios, enfim? Todos erramos, sempre, o difícil é aceitar o erro do outro..
Teoricamente, é tão mais simples ...



"Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te. "
(Friedrich Nietzsche) (não tenho certeza se a frase é dele,o Google disse..)

20 de mar. de 2011

Eu nunca disse adeus.


As pessoas vão e voltam, chegam e partem. E o mundo gira, e as coisas continuam acontecendo, a vida segue em frente.. Mas como seguir em frente?
Despedidas não são o meu forte, e por isso eu não me despeço. Parece simples, mas agir como 'breve nos veremos',quando na verdade a situação é de 'não sei quando nos veremos' é bem complicado; fingir que nada vai mudar é bem complicado; parecer que realmente haverá um reencontro logo é a coisa mais absurdamente desconfortável que existe.
E nós refutamos,sempre, em dizer adeus - não lidamos bem com a morte, choramos em aeroportos, em términos de relacionamentos sofremos como condenados, ao deixarmos uma escola, ou instituição que frequentamos, sentimos falta como de uma pessoa. Enfim, e por fim. Dizer adeus é cruel, triste e, no fundo, até desesperador. Mas a vida é assim, as coisas passam.


"Agora, pra sempre. Foi embora, mas eu nunca disse adeus ... "

A dois passos do paraiso

Finalmente, instalada na casa nova e de cara nova, a blogueira não deve mudar muito,só para melhor,claro. Mais causos cômicos da minha vida, mais personagens fictícias com histórias do meu pedaço surreal, mais opinião,mais indicação e mais músicas.

Uma vez, iniciei o blog falando sobre a minha mania de escrever, e agora reinicio-o prometendo aprimorá-la(com aula de 'oficina de textos' na universidade não vai ser difícil..). Aprimoramento, evolução e combinação. Eu quero também trazer o que eu chamo de "participações especiais".

Eu começo uma fase diferente da minha vida - universidade - e com ela recomeço essa parte da minha vida, meu humilde blog, na esperança que um dia eu seja paga para fazer o que eu mais amo: escrever. São esses os meus passos e também o meu paraíso.

Beijos iluminados!


@nai_ss

Vou na janela,por favor.

Eis a minha pedra mais preciosa, mais difícil de conquistar, mais frágil, mais delicada. Confiança é o seu nome. Ela cresce um pouquinho nas conversas de todo dia, mas precisa, às vezes, dar um passo atrás para dar dez a frente. Mas porque não entendem? Porque não intercedem?
Ah,confiança, você é geniosa, difícil. Quase uma criança birrenta, daquelas que demoram a ir pra o colo de estranhos e que, com um descuido qualquer, rejeita e rejeita. E é tão difícil de retomar-lhe,confiança. Às vezes, pode ser impossível, como um viajante que foge ao primeiro sinal de que está se fixando a um lugar..
Andar em um arame-farpado-bambo. É assim essa coisa de confiar. Pequenos machucados, e, um deslize,uma queda bruta, violenta. De cara no chão. De cara. Na cara.
Às vezes é tão mais fácil desconfiar, desconfiar. Eu desconfio. De todos,sempre. Mas quando confio...

Existem


certas coisas que me envergonham por já ter tido o cabelo bem vermelhão.


16 de mar. de 2011

Breve relato - escritora com cólica!

As aulas na UFRB segunda começaram com chave de ouro. Digamos que
1 meu espírito CAHLoura empolgada me impulsionou a querer muito ir pra a aula - mesmo sabendo que a probabilidade de não haver nada era de 98,7% -, 2 eu vou continuar morando em Feira por algumas semanas e 3 eu havia 'contratado' uma espécie de transporte Feira-Cachoeira para me levar para a universidade. E eu acho que só eu estava afim de ir pra aula. Porque o cara do transporte me ligou com aquela voz de tem-problema-mas-é-seu dizendo que ninguém ia pra a universidade, somente eu e outra pessoa. Eu, que já tinha esperado quase 1h, dei um jeito de ir com um outro meio de transporte. Ok, superei. Superei derretendo, diga-se de passagem.

Ainda não tivemos um trote, vale citar, o que me leva a cogitar toda a teoria da conspiração com tudo e todos que passam pela universidade.
Ex.: O ventilador não pegou. O prof. chegou atrasado.
Daí pra pior..

Estou ansiosa, não vou negar. E tensa, obviamente..

15 de mar. de 2011

Há quem acredita em milagres

Fim da poluição. Fim das queimadas. Fim do tráfico de animais. Fim do desmatamento. Fim da corrupção e do suborno. Fim da violência contra mulher. Fim do crime organizado. Fim da pedofilia. Fim dos crimes passionais. Fim da violência, de qualquer forma de violência. Fim do capitalismo selvagem. Fim do consumismo, da anorexia e da depressão. Fim das cobranças. Fim da falta de tempo. Fim da vida por status. Fim das modinhas e clichês. Fim do Restart(hehehe). Fim do bullying, do preconceito.


Que fim você acredita que seria um verdadeiro milagre?
Comente ;)

Uma dor do outro lado

A tragédia no Japão tem nos chocado. Um terremoto, um tsunami e um acidente nuclear.
Mais uma vez a população daquele país vai ter que enfrentar todas as consequências da utilização de energia nuclear - a primeira,foram vitimados por uma bomba durante uma guerra catastrófica, e agora, resultado de uma catástrofe natural. Mais uma vez o povo nipônico terá de se unir e se reerguer. E eu não tenho dúvidas que isso acontecerá gradativamente, levando o tempo certo.
Assistir nos noticiários diversas vezes as imagens do tsunami me provoca uma certa dor que eu não consigo explicar. Imaginar todas aquelas pessoas que não tiveram escapatória, que foram levadas pela violência da água, ou morreram pela pancada de algum objeto que também era carregado, me causa enjôos, tristeza, preocupação..
Há quem fique apenas assustado. Apenas, porque nem todo mundo se comove ao imaginar famílias dizimadas pela força da natureza.
Eu não consigo ficar só assustada, só horrorizada. Eu tenho a sensação de que o mundo pede socorro. E logo ..