23 de set. de 2012

Possivelmente eu


21 de set. de 2012

Respeito é bom. Quem não gosta?

A Primavera é a estação das flores e cores e, a semana em que ela chega, foi justamente a que começou mais colorida em terras cachoeiranas. No último domingo (16), a cidade heróica e guerreira foi palco para uma "Parada" de gente que lutar por um tanto mais de respeito. A 3ª Parada da Diversidade de Cachoeira foi coloridíssima, purpurinadíssima e um bapho.


Foto: Paloma Teixeira
Simpatizante à causa (e do babado) , estive pela Parada durante toda a tarde e me diverti horrores. Mas, muito além da diversão e da música, passei pela manifestação com um olhar diferente.
O mini-trio, encoberto por um belíssimo arco-íris gigante, carregava uma faixa clamando por justiça à Laís e Maira, vítimas de homicído provocado por homofobia (por parte de um ex-namorado doido varrido). A rainha do evento Priscila Dion manifestou o seu verdadeiro orgulho gay em uma frase que, em partes, foi até divertida.

"Se eu pudesse escolher, numa próxima vida, como eu iria nascer, eu iria querer vir do mesmo jeito, eu iria querer ser gay do mesmo jeito. E vocês sabem por quê? Por que ser gay é um luuuuuuuuuuuuuuuuuxo"

Bem além do luxo, foi bastante lembrado o real significado do adjetivo gay. Simplesmente se é alegre. E todas as pessoas que estavam ali estavam alegres. Não somente homossexuais, mas heteros também. De todas as idades, cores e tamanhos. Gente de todo o tipo, reunida pela mesma causa. Respeito. Tolerância não serve, não é o suficiente. É de respeito que todos estavam falando. Porque não é crime o amor, então porque se endemoniza o amor homossexual? Well, eu realmente não entendo esse medo que as pessoas tem do que não é tão convencional assim... Não entendo esse medo que gera intolerância e deserespeito ao livre arbítrio do ser humano...
Afinal.
Se o corpo é da mulher, ela dá pra quem quiser. Inclusive outra mulher

16 de set. de 2012

O Encontro furado

A expectativa criada desde a saída de Fátima Bernardes do Jornal Nacional, em dezembro do ano passado, para um novo programa na grade da tia Plim-plim foi exponencial, uma vez que o tal projeto demorou seis meses para ser apresentado ao público em forma e consistência.(opto aqui por não mencionar o "show" feito na saída da apresentadora, deixo isso pra comentaristas mais profissionalizados beijosmeliguem)
O Encontro com Fátima Bernardes foi ao ar, pela primeira vez, em 25 de junho, às 10h30 da manhã, no lugar da antiga e querida Tv Globinho. Em período de férias, o primeiro dia de exibição teve recorde de audiência, o que não é excepcional, afinal, a curiosidade fala mais alto do que a rotina de assistir Hoje em dia (por exemplo). Mas quem estava em casa eram as crianças e, nos dias seguintes, o programa teve índices não muito satisfatórios de público para uma jornalista renomada como a sra Bonner.
A crítica apontava falhas como a disparidade de temas ou a participação esquisita da plateia e, em alguns meses, o Encontro foi amadurecendo e ganhando um perfil diferenciado. Mas ainda com um problema difícil. O infeliz horário em que foi encaixado na programação.
Imagine só alguém te chamar pra comer um churrascão às 8 da manhã. Estranho, não? Ou tomar um sorvete ao meio-dia, na hora do almoço. Pois bem... Certos "encontros" precisam de certos horários e o Encontro da Fátinha não tá colando.
Antes de finalizar esse texto, conversei com algumas pessoas e a opinião(em parte) é consensual. O programa deveria estar sendo exibido no turno vespertino, quando as donas de casa já terminaram o almoço e, finalmente, sentam-se a frente da televisão para assistir coisinhas. Desconfio que Malhação é um barco furado que deveria ser tirado do ar, mas a plim-plim não entende.
Enfim. Receio não poder mais acompanhar as entrevistas dinâmicas feitas uma vez por semana com um jornalista no Encontro.

Pobre rica Fátima.

5 de set. de 2012

Caso New Hit e a cultura do estupro

Desde que a notícia primeira foi dada, fiquei receosa. Até que se prove o contrário, o homem é inocente. Confirma, coleguinhas de direito? Pois bem...
 Duas jovens menores de idade acusam nove rapazotes de uma banda de pagode de estupro(26/08). Segundo elas, o abuso teria acontecido quando foram pedir autógrafos no ônibus da banda após um show numa micareta do interior da Bahia.
Pois bem, havia a acusação e houve o exame de corpo de delito, cujo resultado foi divulgado na segunda-feira (3). E então, finalmente, dou a mim mesma o direito de dizer um 'ai' sobre o assunto. Porque o meu 'ai' não é nada diante do grito que esse caso representa.
Em todos esses dias, tenho ouvido as mais diversas opiniões, vindas de pessoas com todo tipo de formação e crença.
"Ah, mas o que elas foram procurar dentro do ônibus??"
"Elas saíram sem nem falar com a mãe"
"O que essas meninas de 15/16 anos faziam na rua às 3 horas da manhã?"
"Quando eu tinha essa idade,eu não fazia isso"

Foi tanto absurdo que eu ouvi e li por aí que, por vezes, deu aquela revoltinha, vontade  de dar a louca e tudo mais. Mas, como ser civilizado, optei pelo meu espaço de expressão opinativa.
E vamos combinar agora algumas coisas...
O fato de elas estarem (como outras jovens estavam) pedindo autógrafos no ônibus da banda não justifica absolutamente nada neste caso. Nem a postura dos "branquinhos" da New Hit, quando a aceitação de algumas pessoas que acompanham o caso. Porque? Livre arbítrio, meus bens. Direito de ir e vir, conforme a legislação brasileira.
Nenhum cantor, músico, artista, o que diabo for, tem o direito de se achar no direito (redundante,porém é isso que eu quero dizer) de abusar de qualquer fã que seja.
E nenhum homem(muito menos) tem o direito de usar, tocar, fazer reticências com qualquer mulher (maior ou menor de idade) sem o seu consentimento, apenas pelo fato da "circunstância permissiva", que, de certo modo, era onde as moças se encontravam.

Essa cultura de estupro, em que a vítima é  culpada, já foi. Não pode mais ser engolida, nem por homens e, principalmente, por mulheres.
Por favor. Acordem. Ou acordemos, eu diria. Piadinhas devem ser deixadas de lado, pois o assunto não é brincadeira.
Nove homens, duas moças.
Qual a graça disso?


Vamos ver o desenrolar do caso, pra ver se os bonecos conseguem sobreviver ao sistema penintenciário brasileiro e seu sistema paralelo de leis...

Tempo perdido?

3 de set. de 2012

A outra

Nos ensaios, sou eu, um espelho, suor a mil, legging qualquer e música não muito alta por causa dos vizinhos... No palco é tanta coisa, tanta energia, tanto bastidor...

Unhas devidamente embelezadas, pintadas de acordo com o figurino. Cabelo bem esticadinho, com pontas cacheadas, criando um volume diferente. Passagem de palco e aí já foi... É a outra. A cigana, a moça da espada, a menina do véu, do derbake, da dança do ventre...
É a outra que dança e celebra. Porque, para si, a dança é pura celebração.
Olhos no público, sorriso aberto. Quanta alegria naquele lugar que é o palco.
Soa egoísta dizer que o momento é só meu e de mais ninguém?

Não adianta querer ver os amigos, familiares e desconhecidos na plateia... Rostinhos não aparecem em HD quando estou sem as minhas lentes... Prefiro assim. O olhar da pessoa que verei na semana seguinte me dá uma sensação de cobrança que tira todo o feeling da coisa... Que é A coisa do palco,sabe?
A coisa do palco e da outra... Porque ninguém acredita ser eu. "É você nessas fotos?" Acho engraçado...

Hoje ouvi que quem dança é um mulherão e quem vai fazer as aulas é uma menina, uma mocinha... É possível sermos eu e a outra uma só...
Porque somos enquanto dançamos, dentro de mim, a cada batida, tremido, ondulação, giro, salto...


"Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher", igual a Cássia Eller!



Foto: Rodrigo Cazeta.