29 de abr. de 2011

O Cordel e o Encanto


(se você não assiste a novela das 6 da rede Globo,nem leia, a não ser que queira motivos para assistir...)

Com chamadas atraentes e uma imagem diferente, a novela prometia muito pra mim, uma telespectadora que abandonou o hábito de ver novelas há alguns anos(5 mais ou menos). A descrição imprecisa e convidativa dos personagens chamou a minha atenção. No dia do primeiro capítulo, se não fosse pelos tweets de Thainá(colHega de sala), teria esquecido completamente.. falta de hábito, né.
Como diria o Tatau(em 'Protesto Olodum'), e lá vou eu... Tenho assistido até hoje. Tenho observado e sentido a história fluindo rapidamente, e analisado alguns detalhes técnicos.
A abertura conta o início da história, utilizando a xilogravura(cordel), técnica de reprodução de imagens numa espécie de carimbo(saiba mais clicando aqui) que eu muito admiro e a música do Gilberto Gil interpretada por ele e uma voz que até então eu desconhecia - Roberta Sá. As rimas e a história da música utilizada dão alguns sinais de possíveis fins da história da princesa Aurora/Açucena (encanto) ,o que talvez não signifique muito se compararmos a outras novelas...
O elenco da novela tem muitas 'feras' - Débora Bloch(a duquesa interesseira) e Luís Fernando Guimarães(o mordomo-amante/encanto), Zezé Polessa(primeira dama exibida) e Marcos Caruso(o prefeito desajeitado - cordel) - e pelo que eu notei o diretor elegeu os casais mais fofos de todas as últimas novelas e conseguiu criar outros, todos com histórinhas de amor belíssimas (encanto), inspiradas em histórias já existentes.
Ainda há por trás de todo o núcleo principal encontre-a-princesa, (encanto) a parte cômica, dosada levemente, que uma novela, principalmente das seis, que se preze, deve ter. O árabe com duas esposas, o delegado que usa peruca, a dupla prefeito e primeira dama, o menininho que tem o 'jeitinho brasileiro', um gago, uma cangaceira vovó, enfim, figuras populares, frequentes em textos de literatura cordelista. Claro, não poderia deixar de citar o vilão Timóteo e o trabalho de Bruno Gagliasso, que mudou de um italianinho bígamo (Passione) para um filhinho de papai-coronel, apaixonado pela princesa-heroína Açucena e que morre de inveja do herói filho de cangaceiro Jesuíno (cordel/encanto).
Os cenários vão desde o reino de Seráfia até o interior do nordeste na cidadezinha de Brogodó(adorei o nome,por sinal)...

Cheia de detalhes, a novela não peca nem pela falta, nem pelo excesso. Tem me satisfeito e me feito assistir Malhação(da minha paciência) pra não perder o horário pra ver Açucena chamando Jesuíno de 'meu noivo', Doralice de 'sirigaita' e sua mãe de 'mainha'(cordel).
Apesar de alguns defeitos(serão mencionados em outro texto), é daboa. O cordel é mesmo encantado e é encantador..

Fica a dica,queridos! ;)

23 de abr. de 2011

Uma felin(D)a em minha vida


Charlotte é uma gatinha que parece bastante com o Tom(do desenho 'Tom & Jerry'). Ela apronta as coisas mais absurdas - faz cocô no chão do banheiro, roubou bolo, doce e até feijão, dormiu na cama da minha mãe(sem ser convidada),etc etc; e come ratinhos indefesos(adoro essa parte). É uma gatinha manhosa, dengosa que não existe parecida (do tipo que baba com um cafuné), gulosa (vem comer só de ouvir o barulho da ração na vasilhinha) e bastante comportada (ela nunca me arranhou,pelo menos).

Chegou assim, sem ninguém desejar ou chamar, deitando na garagem como se fosse a verdadeira dona da casa. Ficamos com o coração apertado - apesar de nem todo mundo(nem todo mundo = meu pai) gostar de gatinhos - e damos algum resto de comida. E dizem que depois do primeiro rango, tsc, já era. Eles se sentem, de fato, em casa. Faz sentido. Nos dias seguintes,ela passou a entrar em casa, dormir no assento das cadeiras e tudo mais.
Foi ganhando espaço, foi conquistando... E eu resolvi cuidar. Comprei ração, logo compro remedinho pra verme, dou vacina anti-rábica e aprendo a dar banho. Mas tudo em seu tempo,né?

E hoje Charlotte deu uma de surtada, começou a correr sozinha de um lado pro outro, querendo comer mosca, assustada com tudo.
Fico devendo uma foto da tchutchuca, mas a imagem do Tom diz muito,né? ;)

20 de abr. de 2011

Não rolou.

Ai, eu detesto quando um texto não rola. Como? Eu tenho a ideia, as palavras chave e até o título, mas o texto não rola, não flui. Normalmente, eu mesma não gosto, não consigo terminar, daí eu recomeço, remodelo, parto pra uma outra análise, mas o texto não rola... É terrível, tão terrível quanto separar todos os ingredientes para fazer um bolo e descobrir que o gás acabou. Ah, como eu detesto.
Eu me sinto tão impotente perante a indisposição de um texto, é uma infelicidade, uma insatisfação. Um enorme conjunto de "in"s que são superados somente com um outro texto, um novo tema. Afinal, tal qual o amor, nada como um texto após o outro...

15 de abr. de 2011

E porquê Segundo Sol?

Vejamos, caros companheiros. Desde março de 2009 eu mantinha o blog Ruiva ao acaso Ѽ, onde eu escrevia de tudo da minha vida, mais da minha vida que das coisas do mundo, em geral. Eis que eu resolvi dar uma reviravolta na minha rotina de blogueira, até porque agora eu (cof cof) sou uma pessoa um pouquinho mais madura... No fim do ano passado, eu comecei a mudar meu estilo de escrita, naturalmente, o blog me acompanhou, meus temas me acompanharam.
Eu andava procurando um título novo, legal, que fosse capaz de explicitar essa nova fase, esse novo começo, esse segundo blog, considerando que o blog não é só entretenimento e cute-cute na minha vida, é uma parte realmente importante, porque é nisso que eu pretendo trabalhar.
Então vamos juntar as partes...
Segundo blog. Blog > importante. Sol > Astro rei.
Err...
POR FAVOR, ESQUEÇAM DA CÁSSIA ELLER! Adoro a música, mas eu não quero realinhar ordem de nenhum planeta,ok?
Continuando...
Eu não queria um título auto-explicativo, porque valorizo uma certa subjetividade..

Mas e porque a frase do Greg(ório de Matos)?
O autor era ilustremente conhecido como Boca do Inferno, por conta da sua poesia satírica, e digamos que de sátira eu nem gosto..

Bom, é isso.
Espero que tenha ficado quase claro, gentes!

14 de abr. de 2011

Um Oxford pra chamar de Meu.

Feira de Santana(BA) é uma cidade conhecida pelo seu comércio, diversificado, forte e blábláblá. Confiando nesta bendita fama, fui até o centro da cidade(Sales Barbosa/Senhor dos Passos) em busca do sapatinho mais cute do momento, os famosos(pelo menos pra mim) Oxford.
Eu passei pelas 'maiores' e mais conhecidas lojas de calçados(Mersan/Jorasan/Zig) e os super gentis(ironia? onde?) vendedores, quando eu falava a palavra Oxford, olhavam pra a minha com cara de que-diabo-é-isso-menina? e diziam "ÓX-FóRDi? Tem não..". O pior é que parecia que eu não sabia falar, e vejam bem...
Lá vou para as lojinhas miúdas e encontrei(finalmente) um bonitinho. Mas... poxa, e aquele que eu vi na Riachuelo que provocou esse caso de amor irresoluto? Fui na Riachuelo. E o bendito não estava mais lá! (mistérios da meia noite) Lá vou eu (novamente, eu sei, tá repetitivo...) pra as lojinhas miúdas que ficavam próximas das lojinhas grandes. E encontrei o lindo, o tchutchuco que está hoje ali na minha cômoda (ainda dentro da caixa!)(o meu é no mesmo modelo desse; só que é rosa/goiaba, mais ou menos assim) .

Ok, este relato não pretende ser fútil, apesar de vir de uma apaixonada por sapatos, e sim crítico.
No meio da minha busca incansável, eu percebi o quão os vendedores são mal treinados, ou mal pagos, o que os leva a um atendimento que eu diria não ser dos melhores. Infelizmente, ainda não há no empresário feirense a percepção de que o crescimento da sua empresa depende também do tratamento dado pelo vendedor ao cliente, que compra, paga e quer ser bem recebido. Observei também que, apesar de ter toda a fama, o comércio de Feira é bastante conservador, desligado das tendências fashionistas; não que isso seja importantíssimo, até porque a massa de consumidores da cidade está apenas interessada em ficar bonitinho(quem liga pra moda mesmo?), entretanto, este fator demonstra um certo retrocesso, uma falta de visão mais ampla do mercado. Mas, quem sou eu pra falar dos comerciantes exploradores de vendedores de Feira,né?
Só consumidora. Não consumista, jamais. Mas consumidora, que pesquisa e que escolhe pelo atendimento, não só pelo preço.

7 de abr. de 2011

Outra realidade menos morta

Estou em estado de horror. Nos últimos anos, temos ouvido muito falar de chacinas em escolas dos Estados Unidos, Alemanha, Japão, Canadá, etc. Mas, sabem aquele tipo de coisa que você jamais imagina que vai acontecer com 'você'? Sabem aquele tipo de tragédia que você demora a aceitar que aconteceu?
Pois. Assim estou. Eu não concebia, até hoje, que no Brasil haveria um caso desse. Mas houve e tal acontecimento me fez acordar. Garota, o inferno não é só ali, ou na casa do vizinho. Ele pode ser aqui também.

Andei lendo em alguns sites, a maioria das vítimas eram meninas entre 12 e 14 anos. Crianças. Inocentes. Vítimas da insanidade e descontrole humano.

Definitivamente, estou em estado de horror.

2 de abr. de 2011

Respire. Desista.

(bom ler ouvindo, dica*)



Hoje eu quis não ter coragem pra olhar no espelho. Porque o espelho me põe em confronto com a única pessoa do mundo de quem a opinião realmente me importa: eu mesma. E hoje eu não quis me enfrentar. Eu não estava com uma das melhores opiniões a meu respeito, eu me achei a pessoa mais idiota e imatura do mundo por alguns instantes, e depois eu vi que, talvez, eu realmente estivesse certa. E hoje eu não quis, de verdade, olhar em nenhum espelho. Nenhum. Nem aqueles de maquiagem... Ou os de banheiro, que são os mais cruéis.

Hoje eu não quis olhar no meu olho, me ver como eu sou. Hoje não. Hoje eu fugi de mim, no sentido real da palavra. Eu fugi da minha cara lavada de auto-crítica e auto-depreciação. Eu simplesmente não quis precisar ignorar o que eu vi, porque assim teria sido. Eu ia me olhar, me encarar. E que cara feia é essa? E ia tentar esquecer.. Esquecer.. E nada. Daí, eu ia tentar mudar olhando no espelho novamente. Mas e agora? Essa é você, menina. Menina. Conflituosa. Frágil. Confusa. E,por mais absurdo que pareça, sensível.